O Brasil ocupa o posto de maior produtor mundial de café há mais de 150 anos. O país
responde por um terço da produção mundial do grão e segundo o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), a cafeicultura brasileira é uma das mais exigentes do
mundo.
Além disso, o país é reconhecido por sua preocupação com as questões sociais, ambientais
e sustentáveis da produção do grão. Segundo dados da Euromonitor International de 2018,
o Brasil é responsável por 16% do consumo mundial de café e supera o que é consumido
pelos Estados Unidos e Canadá, excluindo o consumo de bebidas ready to go (em latinhas).
Neste post, vamos te contar um pouco da história do café no Brasil, além dos números de
consumo do produto no país e da produção no estado do Rio de Janeiro. Acompanhe!
História do café no Brasil
A primeira muda de café chegou ao Brasil em 1727, trazida pelo Sargento-Mor Francisco e
Mello Palheta, quando viajava para o país, vindo da Guiana Francesa. A planta se adaptou
muito bem em diversas regiões devido às condições climáticas do país.
No século 19, devido à boa condição climática, a cultura se estabeleceu com mais força no
Vale do Rio Paraíba, no Rio de Janeiro e São Paulo. Isso gerou um novo ciclo econômico
para o país.
Logo em seguida, o produto foi inserido no mercado internacional e foi a principal
mercadoria exportada pelo Brasil. Por muito anos, o café foi uma das principais fontes de
riqueza e desenvolvimento nacional. Cidades e centros urbanos foram criados no Rio de
Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná, devido a expansão da produção cafeeira. Lá
em 1850, o país já era o maior produtor do café do mundo, com 40% da produção total
global.
Com isso, para escoar a produção, ferrovias foram construídas, assim como houve o
desenvolvimento do porto de Santos. Este, que era o principal canal de saída das sacas de
café do país. Após a abolição da escravatura, em 1888, vários imigrantes, principalmente
italianos chegaram ao país e aumentaram a mão de obra em cafezais.
Consumo do café no Brasil
Em 2018, o consumo de café no Brasil cresceu cerca de 3,5%, atingindo 22,9 milhões de
sacas de 48 quilos. Isso representa 16% do consumo mundial do grão.
De acordo com a Euromonitor International, o brasileiro consome em média 839 xícaras de
café por ano, e isso é mais do que 5x a média mundial.
Os dados ainda mostram que o café torrado e moído representa cerca de 80% de toda a
bebida vendida no país. A perspectiva dos pesquisadores, é de que o consumo deste tipo
de café continue crescendo 3%, mas deve perder espaço para outros tipos até 2023.
O café torrado em grãos tem cerca de 17% do consumo interno, e deve roubar o espaços
do café em cápsulas. Isso porque, o consumidor tem a preferência de ter a experiência de
preparar seu café em casa.
Produção do café no país
A produção de café no Brasil tem um comportamento bienal. Ou seja, em um ano a safra é
boa, já no ano seguinte não tanto. Em 2018, segundo a previsão do MAPA e IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), foi de safra cheia.
A previsão feita era de que o valor bruto de produção de café chegasse no ano passado,
em 22,81 bilhões. Isso vem com um acréscimo de R$ 1,2 bilhão, referente a 2017.
Como comentamos acima, o Brasil é líder mundial em produção e exportação do grão. Na
safra 2017/2018, produziu 52,1 milhões de sacas de café e exportou 33,03 milhões. O país
produziu 33% e exportou 25% de todo o café cultivado no mundo, segundo um
levantamento feito pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 2018.
Segundo o IBGE e MAPA, Minas Gerais é o estado que mais produz o grão e tende a
aumentar a sua participação no mercado nos próximos anos. Isso se deve ao aumento de
8% nas áreas de cafezais. O Paraná vem caindo na produção de café, pois o grão vem
perdendo espaço para outras culturas.
Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em 2019 devido à
bienalidade negativa, a produção de café deve ser um pouco menor que a de 2018.
Neste ano, o país deve produzir entre 50,48 a 54,48 milhões de sacas do grão. As áreas de
produção também devem diminuir 1,2% e fechar o ano com 1.842,2 mil hectares.
No país, os grãos cultivados são Arábica e Conilon. A produção estimada para 2019 do
grão Arábica está entre 36,12 e 38,16 milhões de sacas. Já o Conilon tem a produção
estimada de 14,36 e 16,33 milhões de sacas.
Números da produção de café no Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro já foi um dos principais produtores de café no Brasil. Hoje, o cultivo do
grão ainda é feito no estado, mas a produção é baixa, em relação a São Paulo e Paraná,
por exemplo.
Mas, segundo a Emater-RJ (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Governo), a cultura do café contribui com 92% do faturamento total bruto gerado pelos
grãos no Rio de Janeiro em 2018.
De acordo com a Conab, no ano passado o estado produziu de 302,2 a 315,8 mil sacas do
grão. A produtividade média foi inferior ao ano anterior, mesmo trabalhando com a
expectativa de incremento no setor.
Em 2018, a condição do tempo foi favorável para a cafeicultura, pois teve boa distribuição
do volume de chuvas. No segundo semestre, a condição do clima permitiu várias floradas, e
no final de novembro as lavouras já estavam em estágio avançado do seu ciclo produtivo.
Para 2019, é estimado que o Rio de Janeiro apresente em seu parque cafeeiro mais de 47
mil plantas. Sendo que, mais de 4.800 estão em formação e cerca de 42 mil já estão em
produção.
No estado, a área de produção é de 12.241 hectares, o que representa um aumento de
1,8% em relação a 2018. A produção cafeeira é conduzida pelos cafeicultores com pouca
tecnologia e a utilização de insumos agrícolas também é baixo.
Alguns produtores vêm adotando novas medidas para minimizar o custo de manutenção
das lavouras, como a adoção de diferentes tipos de podas e o plantio de variedades que
são mais resistentes à doenças e pragas.
Em 2019, devido à bienalidade negativa, o estado deve produzir de 12,7% a 8,7% a menos
de sacas de café beneficiado. E, a colheita tem previsão de ser feita entre maio e outubro.
No Rio de Janeiro, a colheita é feita pela maioria dos agricultores de forma manual. Isso
favorece na obtenção de bebidas melhores, já que é possível fazer uma seleção dos frutos.
Mas, um dos problemas enfrentados é a falta de mão de obra nas lavouras de café. O que
tem influenciado o abandono da atividade cafeeira no estado.
Alguns agricultores têm buscado outras opções para continuar produzindo café, sem
precisar comprar grandes extensões de terras. Uma das alternativas é o arrendamento,
principalmente de lugares que já contam com estrutura para plantio e beneficiamento do
café.
Isso reduz muito os custos com a operação e construção de espaços para o benefício dos
grãos. Uma das fazendas que oferece este tipo de serviço ao produtor de café e outras
lavouras é a Fazenda São Fernando. O local fica na região serrana do Rio de Janeiro, em
Valença e é muito propício para a produção do grão.
Conheça mais sobre o serviço de arrendamento aqui.
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